Brasil estreia no Mundial da Juventude 2022

A Equipe Brasileira de Vela estreia neste domingo (10) no Mundial da Juventude 2022. O time jovem do país conta com 15 representantes em seis classes em Haia, na Holanda.

Os atletas fizeram quase uma semana de aclimatação na Europa e contaram com uma preparação de nível olímpico supervisionada por Juan Sienra, como chefe de delegação, ao lado dos treinadores Ricardo Paranhos e Maria Hackerott, além de Marco Aurélio de Sá Ribeiro, presidente da CBVela.

O Brasil terá Guilherme Araújo e Milena Araújo (Hobie Cat 16), Guilherme Menezes e Fernando Menezes (29er), Clara Meyer e Lívia Nogueira (29er), Alex Kuhl e Handrey Cantini (420) e Joana Gonçalves e Luísa Madureira (420). Erick Carpes (Ilca), Júlia Carreirão (Ilca), Marcos Americano (Kite), Lucas García Alves (iQFoil) e Sofia Faria (iQFoil).

Antes da estreia, os bicampeões olímpicos Torben Grael, Robert Scheidt, Martine Grael, Kehena Kunze e o multicampeão pan-americano Klaus Biekarck mandaram vídeos de apoio ao grupo além de dicas preciosas da raia de Haia.

”’Estamos no meio do Europeu de 49erFx  e desejo boa sorte à equipe. Se preparem para as ondas e correntes da raia. Lembrem em calcular o layline e ficar atento às particularidades do local”, disse Martine Grael, que foi campeã do Mundial da Juventude em Búzios 2009 ao lado de Kahena Kunzes na 420.

”É um campeonato super importante. Eles precisam agarrar essa chance, não é uma oportunidade para todos. Velejar contra os melhores de cada país é muito especial, com certeza vão se encontrar no futuro. Passa rápido e é muito divertido. É um campeonato onde grandes velejadores saem dele, por isso o Brasil investe bastante”, completou Kahena Kunze. 

Outro campeão mundial da juventude que fez história após o evento foi Robert Scheidt. Dono de cinco medalhas olímpicas, o atleta mais vitorioso do olimpismo brasileiro foi vencedor na Laser em Largs, na Escócia, em 1991. ”É um evento muito importante e tenho ótimas memórias das duas edições que participei. Representem bem o Brasil e divirtam-se”, contou Robert Scheidt.

Além das palestras sobre regras de regata, clima e treinos, os jovens da Equipe Brasileira de Vela visitaram a embaixada do país na Holanda.  O Mundial da Juventude de Haia conta com 450 velejadores de 69 países. O evento foi realizado pela primeira vez na Suécia em 1971 e é um dos principais eventos da World Sailing para ajudar a promover a participação dos jovens em provas de alto nível.

”O grupo escolhido para defender o Brasil no Mundial da Juventude de Haia 2022 é o bastante jovem, com atletas de até 17 anos, o que prova o forte trabalho de desenvolvimento adotado nas categorias de base”’, contou Marco Aurélio de Sá Ribeiro, presidente da CBVela. 

O grupo fez o desfile oficial das equipes neste sábado (9) na Holanda. O jovem de Ilhabela (SP) Handrey Cantini levou a bandeira do Brasil na cerimônia.

Boa parte dos atletas confirmados no Mundial da Juventude de Haia 2022 é formada pelo projeto pelo Núcleo de Base da Confederação Brasileira de Vela. São atendidos mais de 60 atletas da nova geração da modalidade em treinamentos na Marina da Glória, no Rio de Janeiro (RJ), no Clube Naval Charitas, em Niterói (RJ), ou em campeonatos no exterior.

O trabalho é voltado para que os competidores mais novos cheguem bem preparados em campeonatos de ponta, como os Jogos Olímpicos de Paris 2024, Los Angeles 2028 e Brisbane 2032. 

A sede oficial do projeto é a Marina da Glória, palco das regatas da Rio 2016 e de outros grandes eventos da vela. Por lá são atendidos adolescentes entre 13 e 17 anos, que integram as seleções para os principais campeonatos, como o Mundial da Juventude da World Sailing. 

O Brasil soma ao todo 14 medalhas na história do Mundial da Juventude, que é realizado anualmente desde 1971. São cinco de ouro, três de prata e seis de bronze. A primeira medalha foi obtida por Robert Scheidt na classe Laser em Largs, na Escócia, em 1991. A última edição ocorreu em Omã no ano de 2021. O campeonato de 2020 seria em Salvador (BA), mas foi cancelado em função da COVID-19.

Medalhas do Mundial da Juventude

Ouro

Largs 1991 – Robert Scheidt – Laser

Fukuoka 1997 – Ricardo Winicki – Mistral

Cidade do Cabo 1998 – Ricardo Winicki – Mistral

Búzios 2009 – Martine Grael/Kahena Kunze – 420

Zadar 2011 – Martin Lowy/Kim Vidal – SL16

Prata

Marathon 1994 – Rodrigo Amado /Leonardo Santos – Laser II

Weymouth 2006 – Bruno Vilela Frey/ Ricieri Vidal Marchi – Hobie Cat 16Spin, Open

Langkawi 2016 – Leonardo Lombardi/Rodrigo Luz – 420

Bronze

Cidade do Cabo 1998 – Andre Cahu /Victor de Azevedo Costa – HobieCat 16

Busan 2005 Mariana Basilio/Gabriela Biekarck – 420

Weymouth 2006 – Marcos Adler/Bruno Leal Faria – 420

Aarhus 2008 – Patricia Freitas – RS:X

Búzios 2009 – Jorge Renato Amaral – RS:X

Dublini 2012 – Martin Lowy/Kim Vidal – SL16

Tavira 2014 – Kim Vidal / Antônio Lopes – SL16

Langkawi 2016 – Brenno Francioli – RS:X

Sobre a CBVela

A Confederação Brasileira de Vela (CBVela) é a representante oficial da vela esportiva do país nos âmbitos nacional e internacional. É filiada à Federação Internacional de Vela (World Sailing) e ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB).

A vela é a modalidade com o maior número de medalhas de ouro olímpicas na história do esporte do Brasil: oito. Ao todo, os velejadores brasileiros já conquistaram 19 medalhas em Jogos Olímpicos.

Texto: Flávio Perez