Muito vento na Semana Internacional de Vela de Ilhabela 2019

As disputas da 46ª Semana Internacional de Vela de Ilhabela esquentaram nesta quinta-feira (18), com as primeiras regatas barla-sota, disputadas entre boias. E, além da briga pelas posições, as equipes tiveram como desafio o vento inconstante soprando de leste, com rajadas de até 22 nós em alguns momentos. A condição mais severa do clima levou a quebras e avarias de alguns barcos.

Para a flotilha da HPE-25, a Semana de Vela começou agora. A classe tinha na conta apenas a regata Renato Frankenthal, que não conta pontos para a classificação geral. Por isso, a entrada do vento mais forte foi comemorada pelos velejadores.

“Hoje foi ótimo, sensacional velejar. Muito vento, muita onda, popas incríveis. Fomos planando, descendo onda em velocidade super acelerada. Hoje pegamos um quarto e um quinto lugares, e estamos muito satisfeitos. Cansados, porque cansou mesmo, mas satisfeitos”, comemorou o comandante do Aventura 55, José Octavio Mendes Vita. “Amanhã é pensar em melhorar. O comandante precisa de todo o treino possível”, brincou.

“Nós não temos do que reclamar, vento forte é ótimo para velejar, o barco corre mais. Não gostamos é de calmaria”, disse José Guilherme Caldas, comandante do Mussulo Team Angola Cables. “Estamos com uma tripulação nova, e a experiência com esse barco também é relativamente nova, por isso não almejamos grandes resultados agora. Mas estamos indo bem, tiramos hoje um sexto e um quarto lugar.”

Para a tripulação do Ginga, apontada como favorita na HPE-25, a competição começou bem equilibrada apesar da flotilha contar com menos barcos nesta edição da Semana de Vela. “Está sendo uma competição interessante, estamos bem contentes com a disputa”, destacou o comandante Breno Chvaicer, do Ginga. “Hoje tivemos duas regatas muito boas, com vento forte e muitas ondas. Agora espero que possamos realizar pelo menos mais três regatas na sexta e no sábado, para ficar ainda melhor.”

Estabilidade dos Clássicos contra o vento forte

Os barcos maiores e mais “sólidos” da categoria dos Clássicos acabaram favorecidos na missão de enfrentar o clima severo. Marco Dippolito, comandante do Vendetta, elogiou o desempenho do barco nas regatas desta quinta. “Um tempo como o de hoje privilegia os barcos mais pesados, como o nosso. Apesar de ser um barco antigo, performa bem em condições de vento forte. O clima exigiu bastante da tripulação e pudemos nos divertir”, contou Marco. “E temos aqui o nosso Harry nos acompanhando (o cachorro da raça golden retriever já é figura conhecida na ilha). Quando tem muito vento, o Harry se coloca no cockpit, que é uma área um pouco mais baixa e abrigada, e fica no meio das pernas das pessoas. Assim ele se sente abrigado, e já está acostumado”.

A tripulação do Le Baron precisou de paciência e concentração para enfrentar o clima, mas também viu um saldo positivo na disputa. “Hoje foi um dia muito difícil para a gente, mas é um dia como outro qualquer aqui na Semana de Vela. Nós estamos muito contentes por estarmos participando desta edição, porque podemos testar nosso barco e ganhar experiência. Depois tem as festas, a diversão com a turma, Para nós tem sido gratificante participar do evento”, garantiu o comandante Raphael de Paula. Ao lado da esposa Allyne Santos de Jesus, ele vive a experiência de velejar literalmente “em casa”, já que os dois largaram tudo para morar no Le Baron.

Equilíbrio na C-30

Na classe C-30, a briga pelas primeiras posições é acirrada, jogando a decisão para o último dia. O Caballo Loco de Mauro Dottori segue bem colocado na disputa.

“Aqui na Ilha é o vento é 8 ou 80. Num dia não tem nada, no outro mais ou menos, no outro nem regata tem. E hoje entrou um pouco mais de vento aí na faixa dos 15 aos 22 nós, até rajadas um pouquinho mais fortes. Hoje foi o dia para treinar muito com esse tipo de vento. O Caballo não foi mal, ficou em segundo em uma raia muito bonita, onde se podia ver tudo. Obviamente que, com esse vento forte, alguns incidentes ocorrem, algumas velas rasgam, quebraram a retranca de alguns C-30, teve barco que quebrou o mastro, são coisas da regata. Hoje a adrenalina foi a mil, e agora vamos esperando que amanhã vai ser melhor ainda”, analisou o comandante Mauro Dottori.

Favoritismo entre os Bico de Proa

Enquanto a maioria das classes segue bem equilibrada, a Bico de Proa já tem algumas posições mais definidas. O Newport, na categoria Bico de Proa C, está na primeira posição depois de garantir três primeiros lugares.

“Ganhamos na nossa categoria e estamos em quarto no geral. A regata de hoje foi muito técnica com vento forte e várias rajadas. Mas foi um dia bem gostoso”, comemorou o comandante Ruy Mendes Vita. O segredo para se manter na liderança mesmo em condições climáticas oscilando como nesta semana, é o entrosamento da tripulação. “Minha equipe somos eu, minha esposa, dois filhos e dois meninos da escola de vela. É uma equipe bem entrosada. Tirando os dois meninos, que estão competindo pela segunda vez, nós velejamos sempre juntos. Isso é fundamental para ir bem”.

Vento forte provoca avarias

Com o clima mais severo desta quinta-feira (18), alguns veleiros sofreram avarias. O Vó Monik, da categoria Clássicos, e o Felcidue, da ORC, tiveram seus mastros quebrados. O argentino Nautico II, também da ORC, passou momentos tensos em alto mar. Depois de levar uma batida de outra embarcação, ficou com um buraco no casco e a água invadiu o barco.

Tom Cats agita os velejadores

Depois das disputas intensas em alto mar, os velejadores foram mais uma vez recepcionados com um show para ajudar a baixar a adrenalina. Nesta quinta-feira (18), a banda presente no Yacht Club de Ilhabela foi o Tom Cats, velha conhecida dos velejadores e habitantes. Além do show, a tradicional canoa de cerveja fez parte da festa. 

O horário de partida das regatas desta sexta-feira (19) está previsto para as 12 horas. 

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